A doença de Chagas, também chamada de Tripanossomíase Americana, é uma infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão é feita por triatomíneos, conhecidos popularmente como barbeiros.
Os barbeiros infestam principalmente as casas das regiões rurais e são bastante conhecidos pelos habitantes dessas áreas. Esses insetos não nascem infectados com o agente causador da doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi, mas se infectam ao sugar o sangue de animais que tenham o parasita, tais como gambás, roedores, aves e até o próprio homem.
Durante o dia os barbeiros se escondem e à noite, saem em busca de alimento. Em geral, os barbeiros fazem a sucção enquanto as pessoas estão dormindo. A picada, pouco dolorosa, permite que se alimentem sem dificuldade. Mas a picada por si só não transmite a doença. Em geral, ocorre uma leve ardência ou coceira no local afetado, assim, quando a pessoa se coça, acaba por introduzir os tripanossomídeos contidos nas excreções do barbeiro no organismo, causando a infecção.
A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído.
Nos primeiros anos, a doença pode ser assintomática. Nos primeiros dias após a picada, em geral de 4 a 10 dias, podendo variar até a algumas semanas, a pessoa pode apresentar um quadro de febre, mal-estar, falta de apetite, uma leve inflamação no local da picada, infartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Os sinais mais característicos da fase aguda são o chagoma (inchaço na região da picada), inchaço das pálpebras (sinal de Romanã), que ficam quase totalmente fechadas. Nesta fase da doença, o tratamento ainda é possível, mas em geral a mesma passa despercebida e a pessoa não sente mais do que o leve incômodo da picada.
A doença só vai se manifestar mesmo muitos anos depois, na fase crônica, quando o coração já está gravemente comprometido.
Atualmente não existe vacina nem a perspectiva de um processo de imunização em larga escala num futuro próximo. Também, quanto ao tratamento, não existem drogas curativas. As mesmas drogas estão em uso há mais de 30 anos, sendo sua prescrição limitada, pois somente alcançam a cura nos casos agudos e ainda assim produzem vários efeitos colaterais indesejáveis. Deste modo, o controle de vetores e das transfusões de sangue constituem-se ainda as ferramentas mais importantes para evitar a transmissão e a disseminação da doença de Chagas.
O controle do barbeiro é feito principalmente através da aplicação de inseticidas e a construção ou melhoria das habitações.
Em Iturama, o trabalho de Controle da Doença de Chagas é feito anualmente seguindo o PROGRAMA DE CONTROLE DA DOENÇA DE CHAGAS – PCDCh criado pelo Ministério da Saúde.
Em 2012, todas as 83 localidades cadastradas do município foram vistoriadas. Os trabalhos que começaram no dia 30 de janeiro terminaram no dia 18 de abril, com 1.362 casas visitadas, 18 casas fechadas e 183 casas borrifadas. Apenas 60 localidades foram positivas, sendo capturados 591 barbeiros, todos da espécie T. sordida, enviados ao laboratório de Uberaba para análise.
Além dos trabalhos realizados nesse período, o Centro de Controle de Zoonoses continua o monitorando através do atendimento de denúncias de barbeiros durante o ano todo, através do telefone 3411-9594 ou na Rua Ituiutaba, 1198 – Bairro Boa Vista.
Centro de Controle de Zoonoses de Iturama
Abril de 2012.